sábado, 23 de janeiro de 2016

A semana em que morreu David Bowie

Esta semana morreu uma Legenda, o "Cameleão".
David, gostaria de te ter visto uma última vez a cantar em público, pois a tua voz é sem igual.
Deixas-nos com um novo álbum, igual a ti próprio, ao de melhor que sempre tiveste nos teus primórdios.
O teu video-clip "Black Star" relembra a tua morte, a passagem para outro mundo, talvez o mundo de nenhures.
Contigo e com a tua última produção, relembro-me que a vida é um momento, que afinal tem os dias contados, e em que o nosso corpo vai envelhecendo e por fim cede, um dia, à decrepitude inevitável do envelhecimento, estádio final da vida.
Quero acreditar que existe outro mundo, onde ainda estás vivo.
Mas não tenho a a certeza: alguém tem?
Vou deixar aqui, se calhar, a minha música preferida, aquela em que eu, entoava, no carro o refrão com a minha filha.
Gostaria que ela tivesse a sensibilidade com a qual penso o mundo, e vejo-me a filosofar e pensar, desde pequenina.
Mas pensar em demasia, sobre a nossa condição, induz algum sofrimento.

"Asolute beginners" David Bowie.

David, nunca te esquecerei, pois tornaste o meu mundo mais belo!

Elisagabriel.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Quando assim não tem que ser!


Quando assim não tem que ser!

 

É porque não tinha que ser!

Fechar ciclos promove sofrimento/ luto, por vezes profundo porque arreigado.

Mas não vale a pena lutar contra a maré e reviver filmes e histórias

Que irão ter sempre os meus desfechos, dissabores, insípidas.

Abrir a porta, virar a página faz-nos entrar numa zona de desconforto,

Mas também abre-nos as portas para um campo infinito de possibilidades de realização.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A dor


Sem cor

O Natal outrora sedutor faz-me só

A passagem de ano é um espelho

Partido em pedaços

Triste

Melancólica

Talvez revoltada

Só, assim me sinto

Sem casa

Desamparada na meia idade que espreita

As minhas forças são espremidas

Perante o desafio de viver

E neste quadro, não ofereço a felicidade que deveria

Acontecer a Lena

E não vivo os momentos preciosos com os que me fizeram

Estar neste mundo

As dúvidas assaltam o meu coração

E gostaria que me deixassem hibernar

Ainda há quem duvide que não estou bem

Quando não há qualquer fundamento em contrário
A dor e o vazio voltaram.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sobre o que escreve Elisagabriel

Elisagabriel conta a história de Rafaela, uma diagnosticada, bipolar ligeira, com tendência depressiva.
Espera em breve escrever a história de Rafaela e Lena (a filha).
Com esta história, pretendo tornar a sociedade mais sensível à depressão e bipolaridade, mais vocacionada para a depressão e também ajudar o "bipolar".
Pretendo que se saiba que a patologia é crónica, pressupõe a toma vitalícia de medicação, a qual poderá ser reajustada (para mais ou menos ao longo dos episódios de vida).
Pretendo lutar contra os preconceitos da "preguiça", "pessoas mais sensíveis, no sentido de fracas por oposição a fortes", e outros rótulos.
-"Quando deixas de tomar a medicação e fazes o desmame?", diz um pessoa a alguém que sofre de bipolaridade; A resposta será nunca, e infelizmente.
Esta é uma resposta que, até é de difícil aceitação ao diagnosticado, pelo que múltiplas vezes, deixará a medicação assim que se sentir melhor, para voltar mais para a frente para uma recaída, na qual terá de aceitar que não pode passar sem a mesma.
Infelizmente todas as medicações têm efeitos colaterais como engordar; ter prisão de ventre; inchaço abdominal; diminuição da libido e por aí por fora.
Hoje existem os anti-epiléticos que também funcionam como estabilizadores de humor e evitam o uso da Lítio (que não funciona com todos, tal como as outras medicações).
A patologia conduz ao acompanhamento psiquiátrico e psicoterapeutico.
A lógica é o "Bipolar" compreender qual o tipo de Bipolaridade em que se enquadra, o tratamento, e como identificar se está a caminhar para uma fase de Depressão ou Mania.
Aceitar o problema é a primeira vitória.
Quando se tem diabetes, ou se aceita e participa na cura e prevenção, em face de uma doença crónica ou se afunda e morre.
Convém também referir que quem sofre de bipolaridade não tem que divulgar o facto.
Trata-se de uma doença de foro genético e com cariz hereditária com a qual terá de viver, até que a morte nos separe, a partir do momento em que a patologia se afirmar.
Existem coisas que só podemos dizer aos nossos (este é uma delas).
Até que um dia, deixe de haver preconceito e ainda não chegamos lá.

Elisagabriel.



Amanhã é sempre longe demais...

Hoje, decidi lutar contra mim mesma.
E pensei: "mas porque não aproveitas já o que resta do dia de hoje?".
E levanto-me, com dificuldade levo a minha filha ao centro de estudos.
Enfio a camisa de noite numas calças de ganga, e lá vou eu, com uma meia de cada cor.
Os óculos de sol escondem o que eu não quero mostrar.
Mas consigo levar o sol da minha vida ao destino,
E sem arranjar chatices.
Imaginem a minha figura se fosse apanhada numa operação stop ou pior acidente?
Mas volto a deitar-me no conforto, o único, dos deprimidos, a cama.
E deito-me, toda suja ainda...
Como uns caramelos, mais do que deveria.
Torno-me bulímica de certa forma.
Deixo-me adormecer no meu refúgio.
Até que acordo e questiono-me e decido que vou aproveitar o resto do dia.
E lavo os dentes, enfio-me na cabine de duche.
Perfumo-me, visto uma roupa simples e digna e não me maquilho.
Penteio o cabelo e seco-o.
Visto um casaco e saio para um café familiar a ver se me recomponho para o dia de amanhã.
Amanhã é um dia especial, repleto de carga emocional negativa.
Mas a minha amiga irá comigo acompanhar-me nessa prova, que ganhando ou não, vencerei.

Elisagabriel

O estado depressivo

- Mãe, outra vez em estado depressivo!, diz a criança de 10 anos para a mãe.
- Desleixada.
Mais parecida com um "farrapo" velho.
Deixei de me sentir, eu, linda por fora e por dentro.
Deito-me com o fato de treino, sem me lavar.
Tomar banho torna-se uma tarefa sempre adiada, árdua.
Deixo de me maquilhar, sabendo que se me arranjasse, talvez me sentisse melhor.
Não sou honesta nem comigo nem com ninguém.
Descubro traumas ainda cravados no meu coração.
E choro ao ouvir uma música daquelas que mexem com os sentimentos.
E dou graças pelas lágrimas caírem, ainda que em público,
Num café familiar.
Mas só um cliente se apercebeu.
Quanto mais a quadra natalícia e a passagem de ano se aproximam,
Mais doloroso se torna manter uma aparência de serenidade.
Amanhã a minha vida toma outro rumo.
Quantas vezes já disse isso, nos últimos tempos?
E como porcarias, que deitam todo o meu esforço em perder peso, para trás.
Era pior se não comesse, penso eu.
E amanhã é outro dia.
Ainda bem que penso num amanhã.
Ainda bem que não perdi a esperança.
E vivo um dia de cada vez, com vitórias e retrocessos na minha bipolaridade.
Sou uma bipolar, daquelas que quase só vê a cor da Depressão.
Mas consegui estabilizar e consigo percepcionar as fases onde me encontro,
E para onde posso cair, se não fizer nada.
Não faço mal a uma mosca, senão a mim mesma, injustamente,
E admito, sem querer, muitas vezes àqueles que me amam.
O meu quadro é depressivo...
Mas se estiver controlada, sou uma pessoa bem disposta e extrovertida.
Na verdade sou "ambivertida" (introvertida e extrovertida).

Elisagabriel




terça-feira, 24 de novembro de 2015

Singular


Cabelos arco-íris,
Rafaela é singular
Sobressai às vezes ou muitas
Perante uma diversidade de figuras femininas
Jovens adultas, "trintonas", e mulheres de meia idade
Qualquer coisa a torna especial
O olhar e o sorriso ingénuo
de alguém que não tem ar de fazer mal a ninguém
Divorciada, sim Rafaela pertence agora ao clube
Sem orgulho, mas a vida é para a frente
Ele foi uma parte substancial da vida dela
Mas agora evita-a e por vezes até ri na cara dela
Odeia quando um homem se vira de costas à sua frente
Para avistar outra mulher
Rafaela ainda tem um ar de menina
de meia idade
Os cabelos arco-íris
mudam frequentemente de cor
Assim demonstra o gosto pela mudança
A par com uma vida que quer estável
Elisagabriel